A Próstata
Vencer o preconceito é uma necessidade para a
detecção precoce e cura do cancro de próstata
Médicos do Instituto de Oncologia do Hospital Felício Rocho (Brasil) se deparam,
diariamente, com o desafio imposto pelos números do sexto tipo mais comum de
câncer no mundo e o segundo mais incidente entre os homens brasileiros
Denilson Santos Custódio: 'cerca de 50% dos homens têm preconceito de ir ao
urologista e, principalmente, de fazer o exame de toque. O incômodo se refere à
exposição pessoal, porque o exame é indolor'
Os médicos do Instituto de Oncologia do Hospital Felício Rocho (Brasil) se
deparam, diariamente, com um desafio imposto pelos números do sexto tipo mais
comum de câncer no mundo e o segundo mais incidente entre os homens brasileiros:
o câncer de próstata. Segundo dados do Ministério da Saúde, 68,8 mil novos casos
devem ser diagnosticados este ano no país. Uma realidade ainda marcada por muito
preconceito, como ressalta o urologista Denilson Santos Custódio.
O exame de toque retal,
essencial para a prevenção do câncer de próstata,
permanece como um tabu no universo masculino?
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia revela que cerca de 50% dos
homens têm preconceito de ir ao urologista e, principalmente, de fazer o exame
de toque. No entanto, o incômodo se refere basicamente à exposição pessoal, que
se assemelha ao da mulher quando vai ao ginecologista, pois o exame de toque
retal, na verdade, é um exame indolor.
A partir de quando os homens devem iniciar
o check-up da saúde prostática?
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que todos os homens entre 50 e 80
anos façam o check up. No caso de homens com parente de primeiro grau (irmão ou
pai) com diagnóstico de câncer de próstata, a rotina deve ser iniciada a partir
dos 45 anos. E, assim como a mulher vai ao ginecologista uma vez por ano, todo
homem deve ir ao urologista nesse espaço de tempo, porque os resultados do
tratamento da doença quando a doença é diagnosticada precocemente são muito
melhores.
Para garantir um diagnóstico acertado,
o exame de toque é associado a outros exames?
Com o exame que mede a taxa de PSA (Dosagem do Antígeno Prostático Específico)
no sangue, é possível suspeitar se o paciente tem câncer de próstata ou outra
doença prostática. Quando se faz apenas a dosagem de PSA, a chance de falha no
diagnóstico é de 20%; e quando se faz exclusivamente o exame de toque, a chance
de falha gira em torno de 30% a 40%. Entretanto, ao se associar os dois métodos,
esses índices caem para 5%. Então, tanto o exame local quanto o exame de sangue
são importantes para guiar a decisão do médico de fazer, por exemplo, uma
biópsia da próstata, que garante o diagnóstico definitivo do câncer.
(Publicado ao abrigo do Acordo estabelecido entre a APDPróstata (Portugal) e a
Associação Brasileira Saúde da Próstata)
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